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AS FORÇAS ANÔNIMAS DA CIDADE
2003-09-17 11:37:07

 

AS FORÇAS ANÔNIMAS DA CIDADE

 Maria Olívia G.R.Arruda

20/08/2003 

            Impossível não retornar ao assunto “Semana Euclidiana”,  pois o seu sucesso depende sempre de pessoas que permanecem no anonimato, mas que são fundamentais para que a programação se concretize tranqüilamente. E é justo trazer a público os nomes dos que se dedicaram a esse trabalho com afinco e eficiência, principalmente na realização do Ciclo de Estudos Euclidianos.

            Reunir mais de 500 adolescentes e jovens de origens e classes sociais diversas, respeitando um horário rígido de aulas e oficinas é, no mínimo, uma tarefa  ousada hoje em dia, que necessita, primeiramente, de uma boa estrutura física para que funcione a contento.

Portanto, o auxílio da UNIP foi realmente decisivo e merece o reconhecimento de todos nós, desde o apoio da professora Melânia Della Torre, que  cedeu as instalações e aparelhos do Campus I para a realização das aulas e oficinas, somado à direção da professora Cármen Maschietto, atenta no que fosse necessário (tanto que seus pés pediram uma trégua no final da Semana) e acrescentado à colaboração e simpatia dos funcionários dessa universidade: a Inês e a Neiva, inúmeras vezes ligando à Casa Euclidiana e aos hotéis, atrás dos professores; a Rita, perfeita na distribuição das tarefas, a Sílvia, recebendo-nos gentilmente, o Wilson, responsável pela portaria; os rapazes que carregavam e  colocavam os retroprojetores, as televisões,  vídeos, aparelhos de som e o data-show, com a rapidez necessária: o Rodrigo e o José Maria; a Nina, com o cafezinho reconfortante também responsável pelas instalações sempre limpas e perfumadas. A todos vocês, nossos agradecimentos e nossa admiração pela sintonia e eficiência da equipe!

            Entre os professores que aqui vêm anualmente, encontramos também os que se colocaram à disposição o tempo todo, para os imprevistos no horário, como a  Rachel Bueno, de Campinas, o Guilherme Garcia, de São Joaquim da Barra, o Stênio Esteter, de São Paulo, a Celine, de São Carlos, o Pedro Lima, de Jundiaí, o José Carlos Barreto de Santana, da Bahia, a Celinha, de Caconde, todos com muita simpatia e bom humor. Neste ano juntaram-se a eles a professora Gínia, de Porto Alegre, e Adonira, de Rio Preto. Lembramos também o professor Adelino Brandão que, embora sendo um dos mais antigos euclidianos, não se intimidou com o número de aulas que foram surgindo nem com a escadaria a vencer para chegar até o cafezinho... Sentimos que a professora Anabelle tenha ido embora, por haver falecido seu avô, pois desde há muito se dispôs a colaborar no que fosse preciso.

            Lamentamos a falta do professor Manoel, de Caconde, ainda se recuperando de uma cirurgia, assim como sentimos a ausência do Sr. Joel Bicalho Tostes e do professor Jorge Fontes, também por motivos de saúde. Aos três, a certeza de que estiveram presentes em nossas lembranças e conversas.

            Há os que ficaram com a tarefa mais pesada e difícil, cujas decisões deviam ser rápidas e certeiras, a cada complicação que surgisse – e problemas nunca faltam! Nessa “linha de fogo” estavam a Marly Terciotti, a Cidinha Granado e a Ana Lúcia Sernaglia. Estas duas garantiram o tempo todo a tranqüilidade do grupo, equilibrando a nossa afobação.

O apoio e a capacidade de organização do Paulo Herculano foram sempre fundamentais, como também o serviço das meninas que ajudaram a controlar a freqüência.

            Desde janeiro a Semana vem sendo planejada e elaborada pelo diretor da Casa de Cultura Euclides da Cunha, juntamente com os coordenadores das diversas áreas. Na Casa, a Lúcia, a Lígia, a Paula e a Sara trabalharam a todo  vapor, além da preciosa Cristina, na sala de pesquisa.

 Uma grande contribuição para o sucesso dos eventos foi, sem dúvida, a atuação do Conselho Euclidiano. Fica a sugestão de que, para o próximo ano, as decisões mais importantes também passem pelo grupo, desde o início do planejamento, pois seus membros não possuem outro interesse senão a continuidade séria do euclidianismo.

O trabalho se estendeu, ainda, às escolas públicas e privadas, grandes responsáveis pelo sucesso do desfile e pela participação dos alunos de 7ª e 8ª séries no Ciclo de Estudos da Área I, constituído quase que exclusivamente de alunos desta cidade. Quero destacar também o trabalho da professora Marlise Cassassola, da EE “Euclides da Cunha”, responsável pela gincana cultural.

A vocês, colegas, que brilhantemente desempenharam as mais variadas funções, dedico estes bilhetinhos que os maratonistas nos deixaram no final da Semana e que vão muito além do que imaginamos:

·        “Este tipo de evento desperta na gente a vontade de conhecer mais a literatura brasileira.” – Alex Sandro, de Barueri;

·        “Nesta semana que estou passando aqui em São José, estou aprendendo coisas que jamais pensei pudesse aprender.” – Marlúcia Barbosa, Orlândia;

·        “Para mim, esta semana mudará minha vida, pois aqui tive a oportunidade de me expressar livremente sem ser criticada, mas sempre questionada.” – Eliana Tibúrcio, Orlândia;

·        “Participar da Semana Euclidiana acrescenta várias coisas. Nesta semana de estudo, tirei o máximo proveito, por isso vou embora feliz.” – Débora Marcelino, Orlândia;

·        “Chego em Rio Pardo e me deparo com um povo rico em cultura e afortunado com a beleza desta cidade. Apaixonei-me pela Semana Euclidiana e principalmente pela oficina de Interpretação de Textos, pois quem é capaz de entender “Os sertões” jamais se intimida à frente de outro livro” – Marcel Figueiredo, Bastos;

·        Euclides é um exemplo a aser seguido por todos que esperam que um dia no lugar de canhões existam mestres-escola.” – A S.R., São José do Rio Pardo;

·        “A Semana Euclidiana nos acrescenta muito. Como normalista, enriquece a minha “bagagem” de conhecimento e me abre portas para aprofundar cada vez mais na Literatura Brasileira.” – Alessandra Gomes, Pinhal;

·        “Participar da SE é também tomar consciência dos problemas existentes em nossa nação, desde a época de Canudos até os dias atuais, pois estes problemas permanecem mais fortes. Para mim, a maratona ativa o senso crítico dos maratonistas, tentando formar novos Euclides, o que é necessário para nossa sociedade de hoje.” –  não identificado;

·        “Aprendi coisas novas e revisei conceitos que tenho aprendido na escola. Fiz várias amizades e conheci diversos lugares bonitos. Nunca vou esquecer os 7 dias que passei aqui.” – Matheus C. Santos, Ituverava;

·        “Acho que deveria haver muitas Semanas Euclidianas. Obrigado a todos os professores que deram aula para mim e para meus colegas.” – Wilian Zaniboni, Monte Alto;

·        “Vale muito a pena participar da Semana Euclidiana, pois aqui a gente aprende também civismo e cidadania. O nível das aulas é muito bom e eu saio daqui tendo aprendido, em uma semana, uma lição para a vida inteira.” – Juliana Terra, Jaboticabal;

·        “Participar da Semana Euclidiana não só acrescenta em  nosso conhecimento, que muitas vezes é superficial, mas também nos faz refletir sobre diversos aspectos da nossa sociedade. Portanto, sinto-me privilegiado por participar.” – Alessandro Fernandes;

·        “Estar aqui é privilégio de poucos, mas deveria ser oportunidade para todos. Participar da maratona nos proporciona conhecimentos, aprendizagem e entendimento a respeito de informações que fora do evento nos são negadas.” – não se identificou.

 

Finalizo com os dois que mais me emocionaram, trazendo-me a certeza de que é preciso lutar para que o evento continue trazendo frutos como estes:

 

·        “Participar da SE é forjar em aço a consciência de cada um aqui presente. É encontrar a liberdade de expressão guardada, ou melhor, escondida dentro de nós.” – Angélica Pirote, Orlândia;

·        “A vontade e a garra destes profissionais brilhantíssimos é uma riqueza para a prosperidade deste movimento cultural, que é uma honra para nosso país.” – Elisângela S. Gomes, Jaboticabal.

 

 

PARA ALÉM DA “URUBUZAMA FAMINTA”

 

Euclides era constantemente visto à porta de seu ranchinho de zinco, conta-nos Modesto de Castro, espantando a pedradas a “urubuzama faminta, ali (...) alvoroçada aos bandos pelo chão, em brigas, outros (...) já mansos, não tinham medo; outros(...)  ariscos, outros audaciosos(...) irrequietos, insaciáveis, recendendo um budum insuportável.”

É mais ou menos isso que os verdadeiros euclidianos têm feito durante todos estes anos, para que o movimento não se esmoreça nem se degrade com a constante  infiltração de algumas “aves de rapina” que buscam outros objetivos, pessoais ou políticos, bem distantes da divulgação das idéias euclidianas. O problema é que muitas vezes conseguem afastar os verdadeiros estudiosos e pesquisadores do assunto. Creio que tenha sido este o grande motivo a impulsionar o Dr. Galotti no esforço de levar o movimento às universidades: garantir a ele uma continuidade séria e responsável.

Aos euclidianos que comungam dos mesmos ideais de justiça e honestidade, resta a obrigação de, no lugar de pedras, arremessar a palavra, única arma de provável sucesso na tarefa de afastar a “urubuzama faminta”!  

 

 

 
Maria Olívia Garcia Ribeiro de Arruda
 
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