AS FORÇAS ANÔNIMAS DA CIDADE
Maria
Olívia G.R.Arruda
20/08/2003
Impossível não retornar ao assunto “Semana Euclidiana”,
pois o seu sucesso depende sempre de pessoas que permanecem no anonimato,
mas que são fundamentais para que a programação se concretize tranqüilamente.
E é justo trazer a público os nomes dos que se dedicaram a esse trabalho com
afinco e eficiência, principalmente na realização do Ciclo de Estudos
Euclidianos.
Reunir mais de 500 adolescentes e jovens de origens e classes sociais
diversas, respeitando um horário rígido de aulas e oficinas é, no mínimo,
uma tarefa ousada hoje em dia, que
necessita, primeiramente, de uma boa estrutura física para que funcione a
contento.
Portanto,
o auxílio da UNIP foi realmente decisivo e merece o reconhecimento de todos nós,
desde o apoio da professora Melânia Della Torre, que
cedeu as instalações e aparelhos do Campus I para a realização das
aulas e oficinas, somado à direção da professora Cármen Maschietto, atenta
no que fosse necessário (tanto que seus pés pediram uma trégua no final da
Semana) e acrescentado à colaboração e simpatia dos funcionários dessa
universidade: a Inês e a Neiva, inúmeras vezes ligando à Casa Euclidiana e
aos hotéis, atrás dos professores; a Rita, perfeita na distribuição das
tarefas, a Sílvia, recebendo-nos gentilmente,
o Wilson, responsável pela portaria; os rapazes que carregavam e
colocavam os retroprojetores, as televisões, vídeos, aparelhos de som e o data-show, com a rapidez
necessária: o Rodrigo e o José Maria; a
Nina, com o cafezinho reconfortante também responsável pelas instalações
sempre limpas e perfumadas. A todos vocês, nossos agradecimentos e nossa admiração
pela sintonia e eficiência da equipe!
Entre os professores que aqui vêm anualmente, encontramos também os que
se colocaram à disposição o tempo todo, para os imprevistos no horário, como
a Rachel Bueno, de Campinas, o
Guilherme Garcia, de São Joaquim da Barra, o Stênio Esteter, de São Paulo, a
Celine, de São Carlos, o Pedro Lima, de Jundiaí, o José Carlos Barreto de
Santana, da Bahia, a Celinha, de Caconde, todos com muita simpatia e bom humor.
Neste ano juntaram-se a eles a professora Gínia, de Porto Alegre, e Adonira, de
Rio Preto. Lembramos também o professor Adelino Brandão que, embora sendo um
dos mais antigos euclidianos, não se intimidou com o número de aulas que foram
surgindo nem com a escadaria a vencer para chegar até o cafezinho... Sentimos
que a professora Anabelle tenha ido embora, por haver falecido seu avô, pois
desde há muito se dispôs a colaborar no que fosse preciso.
Lamentamos a falta do professor Manoel, de Caconde, ainda se recuperando
de uma cirurgia, assim como sentimos a ausência do Sr. Joel Bicalho Tostes e do
professor Jorge Fontes, também por motivos de saúde. Aos três, a certeza de
que estiveram presentes em nossas lembranças e conversas.
Há os que ficaram com a tarefa mais pesada e difícil, cujas decisões
deviam ser rápidas e certeiras, a cada complicação que surgisse – e
problemas nunca faltam! Nessa “linha de fogo” estavam a Marly Terciotti, a
Cidinha Granado e a Ana Lúcia Sernaglia. Estas duas garantiram o tempo todo a
tranqüilidade do grupo, equilibrando a nossa afobação.
O
apoio e a capacidade de organização do Paulo Herculano foram sempre
fundamentais, como também o serviço das meninas que ajudaram a controlar a
freqüência.
Desde janeiro a Semana vem sendo planejada e elaborada pelo diretor da
Casa de Cultura Euclides da Cunha, juntamente com os coordenadores das diversas
áreas. Na Casa, a Lúcia, a Lígia, a Paula e a Sara trabalharam a todo
vapor, além da preciosa Cristina, na sala de pesquisa.
Uma
grande contribuição para o sucesso dos eventos foi, sem dúvida, a atuação
do Conselho Euclidiano. Fica a sugestão de que, para o próximo ano, as decisões
mais importantes também passem pelo grupo, desde o início do planejamento,
pois seus membros não possuem outro interesse senão a continuidade séria do
euclidianismo.
O
trabalho se estendeu, ainda, às escolas públicas e privadas, grandes responsáveis
pelo sucesso do desfile e pela participação dos alunos de 7ª e 8ª séries no
Ciclo de Estudos da Área I, constituído quase que exclusivamente de alunos
desta cidade. Quero destacar também o trabalho da professora Marlise
Cassassola, da EE “Euclides da Cunha”, responsável pela gincana cultural.
A
vocês, colegas, que brilhantemente desempenharam as mais variadas funções,
dedico estes bilhetinhos que os maratonistas nos deixaram no final da Semana e
que vão muito além do que imaginamos:
·
“Este tipo de evento desperta
na gente a vontade de conhecer mais a literatura brasileira.”
– Alex Sandro, de Barueri;
·
“Nesta semana que estou
passando aqui em São José, estou aprendendo coisas que jamais pensei pudesse
aprender.” – Marlúcia Barbosa,
Orlândia;
·
“Para mim, esta semana mudará
minha vida, pois aqui tive a oportunidade de me expressar livremente sem ser
criticada, mas sempre questionada.”
– Eliana Tibúrcio, Orlândia;
·
“Participar da Semana
Euclidiana acrescenta várias coisas. Nesta semana de estudo, tirei o máximo
proveito, por isso vou embora feliz.” – Débora Marcelino, Orlândia;
·
“Chego em Rio Pardo e me
deparo com um povo rico em cultura e afortunado com a beleza desta cidade.
Apaixonei-me pela Semana Euclidiana e principalmente pela oficina de Interpretação
de Textos, pois quem é capaz de entender “Os sertões” jamais se intimida
à frente de outro livro” – Marcel
Figueiredo, Bastos;
·
Euclides é um exemplo a aser
seguido por todos que esperam que um dia no lugar de canhões existam
mestres-escola.” – A S.R., São
José do Rio Pardo;
·
“A Semana Euclidiana nos
acrescenta muito. Como normalista, enriquece a minha “bagagem” de
conhecimento e me abre portas para aprofundar cada vez mais na Literatura
Brasileira.” – Alessandra Gomes,
Pinhal;
·
“Participar da SE é também
tomar consciência dos problemas existentes em nossa nação, desde a época de
Canudos até os dias atuais, pois estes problemas permanecem mais fortes. Para
mim, a maratona ativa o senso crítico dos maratonistas, tentando formar novos
Euclides, o que é necessário para nossa sociedade de hoje.” – não
identificado;
·
“Aprendi coisas novas e
revisei conceitos que tenho aprendido na escola. Fiz várias amizades e conheci
diversos lugares bonitos. Nunca vou esquecer os 7 dias que passei aqui.” – Matheus
C. Santos, Ituverava;
·
“Acho que deveria haver
muitas Semanas Euclidianas. Obrigado a todos os professores que deram aula para
mim e para meus colegas.” –
Wilian Zaniboni, Monte Alto;
·
“Vale muito a pena participar
da Semana Euclidiana, pois aqui a gente aprende também civismo e cidadania. O nível
das aulas é muito bom e eu saio daqui tendo aprendido, em uma semana, uma lição
para a vida inteira.” – Juliana Terra, Jaboticabal;
·
“Participar da Semana
Euclidiana não só acrescenta em nosso
conhecimento, que muitas vezes é superficial, mas também nos faz refletir
sobre diversos aspectos da nossa sociedade. Portanto, sinto-me privilegiado por
participar.” – Alessandro
Fernandes;
·
“Estar aqui é privilégio de
poucos, mas deveria ser oportunidade para todos. Participar da maratona nos
proporciona conhecimentos, aprendizagem e entendimento a respeito de informações
que fora do evento nos são negadas.” –
não se identificou.
Finalizo
com os dois que mais me emocionaram, trazendo-me a certeza de que é preciso
lutar para que o evento continue trazendo frutos como estes:
·
“Participar da SE é forjar
em aço a consciência de cada um aqui presente. É encontrar a liberdade de
expressão guardada, ou melhor, escondida dentro de nós.” – Angélica
Pirote, Orlândia;
·
“A vontade e a garra destes
profissionais brilhantíssimos é uma riqueza para a prosperidade deste
movimento cultural, que é uma honra para nosso país.” –
Elisângela S. Gomes, Jaboticabal.
PARA
ALÉM DA “URUBUZAMA FAMINTA”
Euclides era
constantemente visto à porta de seu ranchinho de zinco, conta-nos Modesto de
Castro, espantando a pedradas a “urubuzama faminta, ali (...)
alvoroçada aos bandos pelo chão, em brigas, outros (...) já mansos, não
tinham medo; outros(...) ariscos,
outros audaciosos(...) irrequietos, insaciáveis, recendendo um budum insuportável.”
É mais ou menos isso que os verdadeiros
euclidianos têm feito durante todos estes anos, para que o movimento não se
esmoreça nem se degrade com a constante infiltração
de algumas “aves de rapina” que buscam outros objetivos, pessoais ou políticos,
bem distantes da divulgação das idéias euclidianas. O problema é que muitas
vezes conseguem afastar os verdadeiros estudiosos e pesquisadores do assunto.
Creio que tenha sido este o grande motivo a impulsionar o Dr. Galotti no esforço
de levar o movimento às universidades: garantir a ele uma continuidade séria e
responsável.
Aos euclidianos que comungam dos mesmos ideais de
justiça e honestidade, resta a obrigação de, no lugar de pedras, arremessar a
palavra, única arma de provável sucesso na tarefa de afastar a “urubuzama
faminta”!
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