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Euclides e o berço de Os Sertões
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Um texto de Isaurinha
2004-03-09 10:27:08

 

A também preservadora da memória rio-pardense, Viva C. Landini Dias, logo depois da republicação da minha velha crônica "A paineira Histórica", telefonou-me informando-me que sua mãe, Isaura C. Landini, discursara num banquete, na sede da AAR, em homenagem a Juscelino Kubstchek, em cujo texto a paineira era enaltecida. Ao receber o texto original, um bilhete nele anexado recomendava: "(...) Erros e acentos deverão ser obedecidos senão tira a originalidade. (...)".

Transcrevo o texto poético:

Convite a Euclides

Vem, Euclides, que se aproxima a Semana Euclidiana que a ti é dedicada! De todos os rincões de nosso imenso país acorrem à nossa cidade estudantes e ilustres intelectuais, para bem interpretar tua grande obra que se tornou imortal! Teu nome jamais fôra esquecido e jamais o será em nossa terra que escolheste para berço das geniais páginas de "Os Sertões"!

E, a cidade rejubiliza-te e vangloria-te com os festejos e as comemorações que seriam mais brilhantes com a tua insuperável presença.

Lá estão o rio estendido sob a ponte, que desafia o tempo e atesta o que teu cérebro engenhara e o jardinzinho que te inspiraram.

E, a paineira que testemunhou tua destra mão deslizar sôbre fôlhas soltas e gravar teu grande potencial em cultura, não existe mais. O tempo dessecou-lhe as raízes e como tu feneceu...

Ali estava o engenheiro, o geógrafo e sociólogo em tão mirrado físico, paradoxal à tão elevada mente!

Aquêle recanto ainda clama por ti!

O museu expõe tua biografia para que te conheçam bem melhor.

Sei que não aceitarás nosso convite, pois é instransponível o reino onde tu habitas, nos longínquos e tranqüilos páramos azuis do infinito, pelas ações benfazejas em prol da humanidade. Com respeito e admiração ouvíamos analtecer-te em todos os corações, em todas as mentes.

Traiçoeiramente fôste arrebatado pela morte, mas, os garndes não te imergem no esquecimento.

Assim ficaste na Literatura pelo valioso patrimônio cultural que doaste às gerações que procuram auferir do mestre as mais sábias lições.

Quem te escreve soube conservar o devotamento que aqui sempre te renderam, em póstumas homenagens. Dêsde criança, quando aluna do Escolar dirigíamos eu as colegas em fila, uniformizadas, à tua choupana, sob o comando das mestras e ao som festivo da banda de música. E, êsses sentimentos que te tornaram inerentes ao nosso espírito, perduram sempre com solidariedade e civismo, com mais vigor e maior intensidade.

Já que não podes comparecer, sê o símbolo sob o qual as gerações se curvem e reverenciem tua magistral figura.

E, que dela emanem os mais luminosos raios de luz sôbre os horizontes de nossa Pátria, sôbre os corações dos teus compatriotas!

Isaura Cagnoni Landini

 
Rodolpho José Del Guerra
 
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