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Euclides e o berço de Os Sertões
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Duas cartas elucidadoras de Honório de Sylos
2004-07-26 16:27:09

 

Carta 1: sobre o

padre Euclides Carneiro

Quando biografei o caridoso e querido Padre Euclides Carneiro, pároco de São José do Rio Pardo, no período de 1915-1919, transcrito no meu livro "No Ventre da Terra Mãe", página 123, não encontrei nas minhas pastas de correspondências recebidas uma carta do ilustre Dr. Honório de Sylos, que enriqueceria o texto com suas observações. Ontem, 26 de junho de 2004, revendo velhos papéis, encontrei-a na pasta de ofícios recebidos da Câmara Municipal. Por ser um texto histórico, que poderá trazer luz a novos pesquisadores, transcrevo:

"Prezado Rodolpho José Del Guerra. / Li com agrado sua interessante crônica, estampada pela nossa "Gazeta", a 10 do corrente. / Justas são as palavras com que enaltece a figura do saudoso Padre Euclides Carneiro. Aos fatos que apresentou, desejo acrescentar outros. / — Removido para São José, Padre Euclides foi, pelo Bispo, proibido de voltar a Ribeirão Preto. O povo dessa cidade, por suas autoridades locais (o juiz era o Dr. Lando Ferreira de Camargo, antigo promotor em nossa terra, profissões liberais, entidades de classe, jornalistas e até diretores da Maçonaria, resolveu ir ao encontro do velho ex-vigário geral da Diocese. A grande comitiva viajou de trem especial, sendo recebida aí, na estação da Mogiana, pelas autoridades rio-pardenses e considerável massa popular. Desembarcando, os manifestantes foram à residência do Padre Euclides, na antiga rua Floriano Peixoto. Ali, falou, pelo povo de Ribeirão, o deputado Veiga Miranda, poucos anos depois, Ministro da Marinha. O padre, da janela de sua casa, disse algumas palavras de agradecimento e começou a chorar. A "Gazeta" não registrou esse acontecimento? / — Além de aproximar os partidos políticos, o sacerdote teve uma idéia que alcançou grande repercussão: nas procissões convidava os políticos para carregar os andores e segurar as varas do pálio. O encontro deles era na sacristia. O povo, no começo, perplexo, via os adversários políticos, lado a lado, desfilando pelas ruas. / — Outro fato que, acho, merece registro: demitido pelo Bispo, Padre Euclides não tinha dinheiro para mudar-se. Tudo que recebia aplicava no Asilo! Que fizeram seus amigos? Reuniram-se, meu pai à frente, e abriram uma conta em nome do sacerdote, num banco que funcionava, na parte térrea, do palacete do saudoso Coronel José Pereira Martins de Andrade, na antiga praça Cândido Rodrigues, hoje não sei que nome tem. Arrecadaram cerca de quatro contos de réis. / Quanta coisa há para evocar no passado da nossa querida São José! / Cordialmente, / Honório de Sylos / S.P. 22. 7. 1987.

Carta 2: sobre famílias da minha rua

"Confrade Rodolpho José Del Guerra / Li, na "Gazeta" sua crônica "Onde estão as famílias de minha rua?". Desejo informá-lo que, em 1900, meu pai, Jovino de Sylos, alugou a casa da rua Saldanha Marinho, esquina da Américo de (falha-me a memória) – casa onde funcionou, por longos anos, o Correio. A família ficou nessa casa até 1902, quando se mudou para a rua Saldanha Marinho, n. 17, casa construída pelo médico dr. Álvaro de Oliveira Ribeiro e vendida ao meu pai. Nasci na casa estampada pela "Gazeta", a 10-9-991. É mais uma informação para sua indagação: "onde estão as famílias da minha rua"? / Saudações cordiais. / Amo e adr. / Honório de Sylos / S.P. 15. 9. 92." 27. 6. 2004.

 
Rodolpho José Del Guerra
 
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