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Euclides e o berço de Os Sertões
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Um livro considerado clássico
2001-11-20 00:00:00

 

-É preceito assentado que um livro é considerado clássico quando ele admite, com o passar dos anos, interpretação atualizada de sua mensagem. Ou seja, o seu conteúdo é rejuvenescido com as releituras, que descobrem nele uma verdade permanente ou um fonte de sabedoria ou beleza. Com certeza, o caso de "OS SERTÕES" é um paradigma desse preceito. Ao ser publicado, no começo do Século XX, ele provocou impacto no meio intelectual da época, quer pela coragem do Autor ao denunciar um massacre humano histórico, quer pela profundidade dos estudos sociais e científicos realizados, quer pela erudição do conhecimento filosófico, quer pela maestria no domínio da língua e da dicção literária.

Passado um século, as únicas partes que podem ser tidas como superadas na obra são as que não dependiam ao Autor: a científica e a filosofia positivista, ambas atropeladas pela revolução tecnológica. Mas essas partes eram exatamente as matérias secundárias do livro. Os assuntos principais mostram impressionante atualidade: o erro político da nascente República brasileira; o conflito entre a civilização do litoral e a civilização dos sertões. E, sobretudo, é realçado com o tempo a excepcional arte de escrever do Autor, que permite catalogar sua obra nas estantes de "Literatura" em vez de figurar ao lado dos "ensaios" ou livros técnicos.

Por outro lado, a obra de Euclides da Cunha continua a ser procurada nas livrarias e as editoras, nacionais e estrangeiras, continuam a editá-la todos os anos. A maior prova de permanência de um livro, o de se ter tornado clássico, é provocar o interesse do público leitor. Assim, comemorar os 100 anos de "OS SERTÕES" será enriquecer a cultura brasileira com o debate sobre uma de suas mais expressivas produções intelectuais.

PÁDUA LOPES - Jornalista Fortaleza - CE

 
Pádua Lopes
 
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