Euclides da Cunha além de “Os Sertões”
Maria Aparecida Granado Rodrigues
Especialista em Análise do Discurso - Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Especialista em Metodologia do Ensino Aprendizagem de Língua Portuguesa- Faculdade de Educação São Luís.
(cidigranado56@yahoo.com.br)
RESUMO: Euclides da Cunha não é autor de um livro só. Embora muito se fale a respeito do livro “Os Sertões” que tem uma abordagem, ao mesmo tempo, científica, geográfica, geológica, etnográfica, filosófica, sociológica, poética, etc., há outros livros escritos por Euclides tão importantes para o conhecimento de problemas do Brasil e do mundo. É indiscutível o valor de “Os Sertões” porque as suas páginas revelam a dor humana, seja ela oriunda das condições físicas enfrentadas pelo povo do sertão nordestino; seja pela crueldade das ações contra Canudos. Porém, outros livros de Euclides como “À margem da História”, “Contrastes e Confrontos” são bons exemplos de reflexão sobre questões sociais e políticas que interessam a qualquer pessoa em qualquer época.
Palavras – Chave: Euclides da Cunha; “Os Sertões”, outras obras; reflexões.
Reconheço que é missão de suma responsabilidade tentar fazer uma abordagem singular sobre este tema, afinal, muito já se escreveu sobre a vida e obra de Euclides da Cunha.
Sabemos que Euclides não é autor de um livro só. A Bibliografia Euclidiana compõe-se dos seguintes livros: “Os Sertões” (1902); “Peru versus Bolívia” (1907); “Castro Alves e seu tempo“ (1907); “Contrastes e Confrontos” (1907); “À Margem da História” (1909); “Contrastes e Confrontos” (1907); “Diário de uma Expedição” (1939); “Caderneta de Campo” (1975).
Além desses livros, Euclides da Cunha escreveu cartas, poesias e relatórios.
1 ) “Os Sertões”: Não há como negar que a posição de Euclides da Cunha na Literatura Brasileira como grande escritor que foi, merecedor de muitos elogios, está atrelada à criação do livro “Os Sertões” que, sem dúvida, é o maior de todos.
Primeiramente porque o livro “Os Sertões” foi uma denúncia de um problema vivido pelo Brasil e que é atual e creio que sempre o será. O problema da injustiça cometida por aqueles detentores do poder contra os pobres, os fracos, os oprimidos, os operários, os analfabetos, os sem-terra, os sem-saúde, os trabalhadores dos campos, os abandonados do sertão, pessoas que vivem no anonimato, seja qual for o regime em vigor.
Segundo Paulo Dantas, “Os Sertões são exemplo único de um livro dentro da formação de uma nacionalidade. Pesou, influiu e ainda influi, porque o portento, o arremesso de Euclides da Cunha revelou o país ao mundo – o abandono inteiro de uma raça, o seu misterioso caldeamento, a sua virilidade estragada, a poesia, o heroísmo, o espanto, a miséria e a grandeza da real existência sertaneja”
Podemos dizer também que o livro “Os Sertões” foi como uma candeia que colocada à frente, abriu e clareou caminhos para outros escritores que resolveram assumir posição de luta contra esses mesmos problemas. Autores como Monteiro Lobato, Raquel de Queirós, Graciliano Ramos, Jorge Amado e outros que, influenciados por Euclides da Cunha, resolveram tratar do problema da seca e suas consequências, do caboclo esquecido, ignorante e miserável, situações que sempre colocaram e colocam patrícios nossos em situação desvantajosa em relação aos demais brasileiros.
Os Sertões nasceram como história da campanha de Canudos - é o que nos diz Euclides na "Nota Preliminar" do livro. Mas, terminada a guerra, Euclides, que a anotara com minúcias de repórter, resolveu dar à longa narração o caráter de exemplo de tendências conflituosas da nossa realidade.
SegundoAlfredo Bosi, “há, portanto, na obra, dois grandes planos: o histórico e o interpretativo. Ao plano histórico responde a parte final do livro: "A Luta". Ao plano interpretativo, as duas primeiras secções: "A Terra" e "O Homem".
Ainda, segundo Bosi, “a ordem não é gratuita: vincula-se à cultura do autor e de seu tempo, determinista. Os fundamentos de toda a realidade repousam na matéria; por sua vez, a vida, manifestação orgânica"
Isso quer dizer que Euclides da Cunha partia do pressuposto que para entender sob o ponto de vista científico o que se passou em Canudos, era necessário considerar o ambiente, a geografia do lugar ( A Terra ); os aspectos antropológicos, mostrando os cruzamentos das raças e o aparecimento do tipo do sertão ( O homem ); e as circunstâncias históricas, culturais, políticas, sociais que interferem nos acontecimentos, no caso específico, a guerra de Canudos ( A Luta).
A Terra, primeira parte do livro, embora seja de difícil compreensão, possui uma intensa beleza expressiva. É uma espécie de tratado sobre a geologia nordestina. É uma descrição intrigante, bela e difícil que contagia e incomoda. A descrição abrange o cenário físico, as caatingas, as serras, as águas, o ar, a vegetação.
Não se trata de um cenário apenas ornamental, mas determinante das ações: clima, plantas, animais, rios, homem, tudo sofre com as secas. Quem enfrenta tais situações já é uma vítima. É evidente que as condições ecológicas cruéis fazem com que o crime se torne ainda mais hediondo. Euclides nos prepara para entendermos melhor a questão quando escreve: “o martírio do homem, ali, é reflexo de tortura maior, mais ampla, abrangendo a economia geral da Vida. Nasce do martírio secular da Terra...”
Ao descrever o meio sertanejo, Euclides acentua o aspecto de uma paisagem torturada, obrigada a viver violentos contrastes __ “ A natureza compraz-se em um jogo de antíteses” (p.38) ____, entre os verões queimosos e os invernos torrenciais.
É uma paragem impressionadora.
As condições estruturais da terra lá se vincularam á violência máxima dos agentes exteriores para o desenho de relevos estupendos. O regímen torrencial dos climas excessivos, sobrevindo, de súbito, depois das instalações demoradas, e embatendo naqueles pendores, expôs a muito, arrebatando-lhes para longe todos os elementos degradados, as series mais antigas daqueles últimos rebentos das montanhas: todas as variedades cristalinas, e nos quartzitos ásperos, e nas filades e calcários, revezando-se, repontando durante o cada passo, mal coberto por uma folha tolhiça __ dispondo-se em cenários em que ressalta, predominantemente, o aspecto atormentado das paisagens (p.13).
Na segunda parte, O Homem, completa a descrição do cenário narrando as origens de Canudos. Euclides da Cunha estudou a gênese do jagunço e, principalmente, a de seu líder, Antonio Conselheiro. Falou de raças (índio, português, negro), e de sub-raças (que indica com o nome "mestiço"). Em O Homem o autor caracterizou o sertanejo como "Hércules-Quasímodo", usando antíteses e paradoxos (Hércules era um semideus latino, encarnação de força e valentia; Quasímodo era sinônimo de monstrengo, de pessoa disforme, personagem de Nossa Senhora de Paris, romance de Victor Hugo). Preparando o ambiente para os episódios de Canudos, Euclides da Cunha expôs a genealogia de Antônio Conselheiro, suas pregações e a fixação dos sertanejos no arraial de Canudos.
Na terceira parte, A Luta, Euclides conta sobre as quatro expedições do Exército enviadas para suplantar a rebelião de Canudos, que reunia "os bandidos do sertão": jagunços (das regiões do Rio São Francisco) e cangaceiros (denominação no Norte e Nordeste). Eram mais ou menos 20.000 pessoas no arraial, na maioria, ex-trabalhadores dos latifúndios da região.
Com seis subtítulos (Preliminares, Travessia do Cambaio, Expedição Moreira César, Quarta Expedição, Nova Fase da Luta e Últimos Dias) completou, por sua vez, o elenco dos personagens esboçado na segunda parte (O Homem). Quer estudando-os em conjunto, como no trecho Psicologia do Soldado, quer em particularidades, como no retrato físico e psicológico do coronel Antônio Moreira César.
Ao contar sobre a guerra de Canudos, Euclides da Cunha, nos mostra as chagas de um país dividido. De um lado uma sociedade que detinha o poder político e econômico, localizada no Rio de Janeiro e em outras cidades costeiras. Do outro lado, particularmente no sertão nordestino, cresciam homens e mulheres à mercê das atitudes arbitrárias dos coronéis e dos chefes locais.
Com seu livro máximo, Euclides da Cunha provou que houve negligência por parte das autoridades na repressão aos canudenses de Antonio Conselheiro.
“E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciemo-lo” ( Nota preliminar).
Aquele povo, num cenário de miséria e abandono, num lugar perdido entre caatingas e serras chamado Canudos, disparou o grito do país até então não conhecido. O grito não pôde ser ouvido porque não foi entendido pelos dirigentes que preferiram suplantá-lo com armas, preferiram sufocá-lo com balas.
O crime reside na incompreensão de Canudos por parte do litoral. Lemos em “O Homem” – capítulo V: “Eram, realmente fragílimos, aqueles pobres rebelados. Requeriam outra reação. Obrigavam-nos a outra luta. Entretanto enviamos-lhes o legislador Comblain; e esse argumento único, incisivo, supremo e moralizador – a bala”.
Desvelado o crime em toda a sua extensão, resta apenas o lamento e a reflexão. Euclides da Cunha faz isso com a dignidade que o momento exige: “Fechemos este livro. Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história resistiu até ao esgotamento completo”.
Passarei agora a uma pequena análise sobre as outras produções que nos deixou o nosso incomparável escritor.
2 ) “Peru versus Bolívia”: Livro publicado pela 1ª vez em 1907, em artigos do Jornal do Comércio, foi imediatamente traduzido para a língua espanhola. O livro é composto de 8 estudos. Trata de uma discussão de maior importância para os países interessados, para o Brasil, para toda a América.
O livro nada mais é do que um estudo técnico sobre o litígio de fronteiras entre os países Peru e Bolívia. Estuda o problema levando em conta todos os aspectos que podiam levar à conclusão final: histórico, geográfico, político e jurídico. O professor Francisco Venâncio Filho disse bem acerca de Euclides da Cunha “Revela mais uma vez a sua excepcional capacidade de pensador e um profundo conhecimento dos países da América do Sul. Por tudo isto, teve excepcional repercussão em todo o continente”.
Com o tratado de Petrópolis, o Brasil acertou seus problemas fronteiriços com a Bolívia. Coube ao Brasil o Acre que já era habitado e defendido pelos nordestinos que para lá iam fugidos das secas.
O Acre havia sido proclamado independente em 1902. Por causa desse acerto o Peru sentiu-se fraudado e reclama da Bolívia 720.000 Km2, incluindo o Acre.
Euclides da Cunha, valendo-se desse rico material técnico e histórico, mostra a existência de erros que terminaram por orientar a delimitação territorial entre Peru e Bolívia.
Euclides da Cunha pôde presenciar o problema angustiante do seringueiro nosso no Acre, isso fez com que ele passasse a se preocupar com essa questão de delimitação de terra entre esses dois países. Tomou, então, apaixonadamente o partido da Bolívia. Ele tornou-se o “Cavaleiro andante da Bolívia contra o Peru”, conforme ele mesmo se definia.
Mais uma vez vemos Euclides da Cunha se posicionando como advogado das causas injustas, embora muitos não o compreendessem e nem tão pouco o compreendam hoje.
São palavras do escritor maior: “Muitos talvez não compreendam que, numa época de cerrado utilitarismo, alguém se demasie em tanto esforço numa advocacia romântica e cavalheiresca, sem visar um lucro, ou interesse indiretos. Tanto pior para os que não o compreendam. Falham à primeira condição prática, positiva e utilitária da vida, que é aformoseá-la.”
Com esse espírito é que Euclides denunciou um erro defendendo não os direitos da Bolívia, mas defendendo o Direito.
3 ) “Castro Alves e seu tempo”: Trata-se de uma conferência pronunciada por Euclides da Cunha, em 3 de dezembro de 1907, no Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito de São Paulo, a convite dos acadêmicos. A entrada foi paga, pois a conferência se destinou a angariar fundos para uma herma do poeta baiano.
Nessa conferência exalta a genialidade de Castro Alves. São palavras de Euclides: “... nenhum dos nossos poetas foi, tanto quanto Castro Alves, ainda mais oportuno, nascendo com o renascimento da sua terra. Os sucessos sumariados dizem-no-lo por si mesmos. Está nesta circunstância a sua maior grandeza”.
4 ) “Contrastes e Confrontos”: Trata-se de uma coletânea de artigos saídos em sua maioria, originalmente, na imprensa. Foram escritos por volta de 1904 e organizados por um editor de Portugal. Entre os vários artigos há alguns de grande interesse: “Plano de uma Cruzada”: o tema desse artigo é a seca.
Vemos um Euclides preocupado com a ecologia. Ele critica a nossa incapacidade criadora de combater a seca, principalmente por ser um fenômeno previsível. “As secas do extremo norte delatam impressionadoramente, a nossa imprevidência, embora sejam o único fato de toda a nossa vida nacional ao qual se possa aplicar o princípio da previsão”.
Euclides apresenta várias sugestões que formariam um plano estratégico desta cruzada contra o deserto. Sugeriu “a açudada largamente disseminada” – em virtude dos vales e aproveitando as corredeiras das montanhas que a própria erosão transformou em grandes covas; “a arborização em vasta escala” com vegetais que sejam apropriados para aquele clima rude do sertão; “as estradas de ferro de traçados adrede dispostos ao deslocamento rápido das gentes flageladas”; “os poços artesianos, nos pontos em que a estrutura granítica do solo não apresentar dificuldades insuperáveis”.
As soluções apresentadas por Euclides da Cunha mostram que ele tinha profundo conhecimento do que falava e era muito interessado nesses assuntos.
Num outro artigo do livro “Contrastes e Confrontos”, “Fazedores de Desertos”, vemos também a preocupação de Euclides da Cunha, isso em 1904, com o problema da seca e da ecologia. Critica o desmatamento, a queimada de árvores para obtenção de combustível único das nossas locomotivas. Euclides critica a ação devastadora do homem que não se preocupa com o mundo em que vive.
Vemos sua posição neste trecho “Temos sido um agente nefasto e um elemento de antagonismo terrivelmente bárbaro da própria natureza que nos rodeia”.
Outro artigo que merece destaque é “Um Velho Problema” – artigo escrito a 1º de maio de 1904 a propósito do Dia do Trabalho. Disserta ele sobre questões trabalhistas; fala sobre o capital, o trabalho, a produção, o uso da terra e, numa época em que ninguém tinha coragem de abordar o assunto. Ele afirma: “A força única da produção é o trabalho. A terra, as máquinas, o capital não produzem sem o braço do operário”. É, portanto, um artigo que aborda questões sociais e defende o direito de greve do trabalhador.
Muitos outros assuntos ainda foram tratados por Euclides da Cunha em “Contrastes e Confrontos”.
5 ) “À Margem da História”: obra publicada após a morte de Euclides da Cunha, também reunindo artigos saídos da imprensa. Possui uma primeira parte dedicada aos temas amazônicos, abrangendo quase metade do livro, deveria fazer parte de outra obra do porte de “Os Sertões” que ele intencionava escrever. Seu título seria “Um Paraíso Perdido”. Seria um “segundo livro vingador”. Deveria referir-se à Amazônia, acusando os descasos pela terra e o desprezo pelo homem. Sobre Euclides e sua ida à Amazônia, (TOCANTINS...1978, P.31) afirma:
Na crise atual de valores, quando princípios de honra, de dignidade, de
competência sofrem uma penosa erosão, o exemplo de Euclides nos anima ao regresso à Inteligência. Tudo o que foi na Amazônia: o geógrafo, o explorador, o historiador, o sociólogo, o esteta, o lírico da natureza, o profeta de futuros, o agente do Estado em missão técnica e ainda mais político-diplomática. Que ele cumpriu com honra, altivez, competência, cordialidade com o colega peruano. E finalmente, com o seu permanente e vigoroso brasileirismo. A ”linha reta”, como ele designava o princípio norteador de seu comportamento. A Linha ética de sua engenharia social aliada ao seu modo de ser pessoa humana.
Um texto particularmente antológico é “Judas Ahsverus”. Tendo como ponto de partida a festa de malhação de Judas, Euclides cria uma série de correspondências entre o boneco de palha surrado que fica flutuando pelo rio e a própria idéia da violência, solidão e, sofrimento do seringueiro enganosamente atraído para a Amazônia. Dá-nos a impressão o texto de que ao malhar o Judas, o homem amazônico se malha: “É um doloroso triunfo. O sertanejo esculpiu o maldito à sua imagem. Vinga-se de si mesmo: pune-se, afinal da ambição maldita que o levou àquela terra.” ( À Margem da História, p.76 ).
“Judas Ahsverus” denuncia as brutais formas de exploração do homem da Amazônia no início deste século, o qual parece encontrar-se abandonado até por Deus: “... o Redentor Universal não os redimiu; esqueceu-os para sempre, ou não os viu talvez, tão relegados se acham à borda do rio solitário, que no próprio volver das águas é o primeiro a fugir.” ( À Margem da História, p.73 ).
Podemos perceber que “Judas Ahsverus” e os demais textos amazônicos de “À Margem da História” são muito atuais.
No livro figura “Transacreana”, em que Euclides sonha com uma estrada de ferro que seria fator de progresso e integração da região Amazônica ao restante do país. Sonho quase realizado em A Transamazônica. . .
No livro encontra-se também “Primado do Pacífico”, em que Euclides da Cunha afirma que haveria uma grande guerra entre os Estados Unidos e o Japão. Escritoem 1909, o conflito se deu em 1941. . .
Há no livro também “Viação Sul-Americana”- fala da deficiência de nossas ferrovias e o aproveitamento dos rios para navegação.
Em 1939, veio a lume outro livro – “Canudos, Diário de uma expedição”, onde se encontram todas as informações e apontamentos da campanha. Euclides usou-os na elaboração do 3ª parte de os “Os Sertões”, a Luta.
Também “Caderneta de Campo” – contendo anotações de Euclides da Cunha durante as atividades em Canudos como repórter de guerra pelo “O Estado de São Paulo”.
Além desses livros, Euclides da Cunha escreveu cartas, poesias e relatórios. As cartas estão reunidas em “Euclides da Cunha e seus amigos”, reunidas por Venâncio Filho. As poesias estão nos seu caderno de poesias “Ondas”, são 84 poesias.
Há que se destacar ainda o “Relatório da Comissão Brasileiro – Peruana de Reconhecimento do Alto Perus”. São 77 páginas de um trabalho eminentemente técnico, de inteira essência geográfica. Relata o seu desapontamento no primeiro contado com o rio e com a terra amazônica.
Euclides da Cunha conseguiu atravessar o século XX conquistando cada vez mais admiradores, embora seja um dos menos lidos em virtude de sua complexidade. Quem sabe um dia, com o esforço de professores e movimentos populares, esse quadro mude.
Referências Bibliográficas:
CUNHA, Euclides da. Os sertões. Edição crítica de Walnice Nogueira Galvão. São Paulo: Ática, 1998;
ANDRADE, Olímpio de Sousa. História e interpretação de 'Os Sertões'. 3. ed. rev. e aum. São Paulo: EDART, 1966.
CUNHA, Euclides da. À margem da história. Editora Lello Brasileira S.A. 1967.
BOSI, Alfredo : A releitura de Os sertões hoje. www.culturabrasil.org/bosi.htm.
DANTAS, Paulo. Euclides e as Dimensões Sertanejas. Revista Brasiliense, São Paulo, set./out. 1958.
PINHEIRO, Célio. 80 anos de Os Sertões de Euclides da Cunha.Edições Arquivo do Estado. São Paulo,1982.
TOCANTINS, Leandro. Euclides da Cunha e o Paraíso Perdido. 3. ed. Civilização Brasileira/Mec. 1978.
CUNHA, Euclides da. Contrastes e Confrontos. 9. Ed. Livraria Lello e Irmão,Chardron. Lisboa.
CUNHA, Euclides da. Diário de uma expedição. Organização: Walnice Nogueira Galvão. São Paulo: Companhia das Letras,2000.
CUNHA, Euclides da. Castro Alves e seu tempo. Organização e introdução de Cássio Schubsky. São Paulo: Lettera.doc. Associação dos Antigos alunos da Faculdade de Direito da USP, 2009.
VENTURA, Roberto. Euclides da Cunha –esboço biográfico. Organização de Mário César Carvalho e José Carlos Barreto de Santana. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
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