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Euclides e o berço de Os Sertões
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Descobertos novos textos de Euclides da Cunha.
2005-06-06 07:45:02

 

Enfim, acabou mais um capítulo da história de garimpagem que o euclidiano Joel Bicalho Tostes está escrevendo. DEMOCRATA publica nesta edição, com exclusividade nacional, textos escritos por Euclides da Cunha e que até hoje permaneciam desconhecidos da comunidade euclidiana.

Joel Bicalho Tostes, viúvo de Eliete da Cunha Tostes ( neta de Euclides), localizou os textos na Biblioteca Nacional, conforme antecipado por DEMOCRATA há poucas semanas. Trata-se de exemplar do jornal “Democracia”, de maio de 1890, em que foram publicados artigos assinados por Euclides.

Os textos aqui publicados são inéditos, porque nunca foram publicados em nenhum livro e que eram totalmente desconhecidos dos intelectuais ligados ao movimento euclidianos – Joel Bicalho Tostes fez questão de que os textos fossem publicados em primeira mão na imprensa rio-pardense, especificamente neste DEMOCRATA, em razão da tradição euclidiana aqui desenvolvida.

Representante oficial dos descendentes de Euclides da Cunha, Joel Bicalho é uma das figuras mais destacadas do movimento realizado em homenagem ao escritor, jornalista e engenheiro Euclides da Cunha (1866 – 1909) , autor do clássico “Os Sertões” , obra escrita em São José do Rio Pardo. Pesquisador assíduo da Biblioteca Nacional há décadas, Joel Bicalho está sempre em busca de documentos ligados a Euclides da Cunha.

Numa destas buscas, o estudioso deparou-se com os artigos “Amanhã” e “Resposta à Confederação Abolicionista” – até hoje desconhecidos pelo movimento euclidiano.

 

(...) Sós, em minoria extrema, mas felizes por estarmos sós, pois que este isolamento, como o das águias, explica-se pela atitude, iremos aos túmulos dos valentes que se acolheram à história; legando-nos o impulso inicial da ascensão das nossas idéias e dos nossos sentimentos. (...)

(Amanhã, 12/05/1890)

 

(...) Daí há pouco tempo forma-se esse Centro que consagrou nas suas bases a condição de que para ser a ele pertencente, era indispensável que o pretendente não posuuísse escravos de forma nenhuma, isto é por compra, herança, donativo ou empréstimos e fazer a essaassociação de então para ca, uma propaganda ativa e incansada.(...)

(Resposta à Confederação Abolicionista, 10/05/1890)

 

(...) Quando às sociedades carnavalescas, diremos que elas não fizeram beneficios à libertação dos escravos, como tais, pois que o seu fim não era esse e sim o divertimento por meio das orgias, e se muitos de seus membros concorreram, isso será tomado na conta em que o deve ser; e ainda mais, se o dinheiro tirado para a libertação dos escravos saiu dos cofres sociais, não foi mais do que as migalhas; as sobras das orgias, porque essas sociedades se tivesse esse espírito de filantropia e abolicionista que se lhes quer dar, preferiam empregar as centenas de contos que gastavam nas orgias, em resgatar a liberdade de seus semelhantes.(...)

(Resposta à Confederação Abolicionista, 10/05/1890)

 

(...) Demais seria soluão tirar um preto da fazenda, liberta-lo e converte-lo num vagabundo e capoeira no interior da capital?(...)

(Resposta à Confederação Abolicionista, 10/05/1890)

 

 

 
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